Doriana, a miss

Doriana sempre participou de concursos de miss. Desde criança seu sonho era ser miss mundo, representando o Brasil. Ela concorria desde recém-nascida. Sua mãe era uma ex-miss e sempre fez questão que sua filha fosse a todos os concursos do tipo. Acho que era porque sua mãe perdeu um grande título por ter dois centímetros a mais de cintura e sendo assim segundo lugar na sua cidade natal. Dona Doriana mãe nunca se conformou e passou a viver através da filha.

Mas essa é a história da Doriana filha, então continuemos. Enfim, Doriana já havia sido miss fofura, miss caipira, miss rodeio, miss simpatia, miss sorriso belo e todos os tipos de títulos que houvesse. Sempre em primeiro lugar. Era considerada a mulher mais bonita de sua cidade. Mas sempre pensava. “Um dia vou ser miss mundo e todos os meus sonhos eram se realizar”.

Enfim, esse era o dia. Faltava uma etapa para que realizasse seus sonho. Agora era miss Brasil. Não foi difícil. Com toda sua beleza e desenvoltura conquistou todos os jurados.

Para se preparar, gastou seu dinheiro em algumas correções cirúrgicas, para ter certeza que o prêmio era dela. Perdeu alguns quilinhos que jurava que tinha ganhado, porque relaxou um pouco da dieta. Contratou um estilista para o vestido, uma maquiadora profissional e um professor de passarela. Ela iria ser perfeita.

Chegou o grande dia. Esperava como uma noiva espera o casamento. O grande dia. Os juízes iriam anunciar os três últimas ganhadoras. Repassou na sua cabeça cada movimento. Havia respondido “A paz mundial” quando a perguntaram o que mudaria no mundo. Uma resposta clássica que sempre funciona.

“Em terceiro lugar… miss Itália!”. Agora sabia, a coroa seria dela. Mas infelizmente, terminou em segundo lugar e acabou comendo todo o bufê do concurso.

Três alternativas e um absurdo

Imagine, você é uma mulher e entre por engano em um banheiro masculino. Porém, você só percebe quando já entrou na cabine e se lembra de ter visto mictórios pelo caminho. Quando vai sair, entra um homem. Então você:

a)      Saí, toda envergonhada, pedindo mil desculpa.

b)      Espera o homem terminar e sair do banheiro. E reza para que não entre mais ninguém.

c)       Sai calmamente e ainda dá uma checada no visual pelo espelho.

ABSURDO: Saí gritando “FOGO!” que nem uma louca, enquanto o cara te olha com uma cara de desacreditado.

Rosângela, a ativista

Rosângela sempre foi ativista. Não houve um momento na sua vida em que não lutasse por uma causa. Era ideológica extremista. Aos seis anos, foi parar na sala do diretor por protestar com uma cartolina e giz de cera por papéis higiênicos melhores nos banheiros femininos, alegando displicência da diretoria por se tratar de um lugar exclusivamente para mulheres.

Na adolescência não foi diferente. Agora, versada em feminismo pós- moderno contemporâneo nacionalista passou a lutar por problemas sócio-econômicos mais profundos . Por exemplo, aos quinze anos escreveu setenta e duas cartas para uma companhia de cerveja alegando como as propagandas inferiorizavam e denegriam de forma mínima e presente a imagem da mulher brasileira, essa mesma guerreira que apesar de ter sua imagem manchada por intriga da oposição e devaneios de outros pertencia a uma cultura ricamente tropical e regionalista ímpar. Nunca foi respondida.

Formada no ensino médio, Rosângela foi fazer faculdade. Agora adepta de roupas tie-dye e chinelo feito de forma artesanal passou a fazer partes de grupos de discussão sobre a questão sociopolítica nos países do oriente médio-meridional e o processo de alienação através de indivíduos pré-padronizados por mídias de comunicação. Além de declarar poemas em saraus organizados por diretórios acadêmicos, havia, também, decidido fazer parte do grupo de teatro experimental da sua faculdade. Sua última peça falava sobre uma sociedade mal curada de suas feridas e que através de sintomas histéricos tentava transportar seus sentimentos ao mundo. Grande peça.  Rosângela interpretou com total consciência, uma mulher que mancava sem razão aparente e no final rasgava suas roupas ao som de sinfonia de Bethoven, gritando “Salazar, onde tu estais?”.

Foi nessa época que encontrou seu primeiro namorado. Carlos Rodrigo, mais conhecido como Carô, pois achava seu nome verdadeiro parte do sistema opressor, era politizado. Sempre com a camisa do Che Guevara, calça cargo e sandálias de couro, estava sempre com um livro de Marx debaixo do braço.  Durante uma manifestação por arroz integral no cardápio do restaurante universitário conheceu Rosângela. Foi amor a primeira vista. Hoje os dois não se desgrudam e pretendem fazer um protesto em frente a câmara contra os imposto em alimentos orgânicos em supermercados.

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